The Loss of a Teardrop Diamond é um drama baseado no roteiro original, recentemente redescoberto, do lendário escritor Tennessee Williams. Considerado o mais importante dramaturgo americano da era pós-Segunda Guerra Mundial, Williams escreveu o roteiro no auge dos anos 50, na época em que suas peças clássicas como Gata em Telhado de Zinco Quente, De Repente, no Último Verão, Doce Pássaro da Juventude e Orfeu no Mississippi viraram fillmes.
Ambientado nos loucos anos vinte, na cidade de Memphis, The Loss of a Teardrop Diamond conta a história de Fisher Willow (Bryce Dallas Howard), uma jovem herdeira obstinada que se incomoda com as proibições que a sociedade sulista faz aos jovens e se rebela ao convidar o filho pobre do caseiro, Jimmy Dobyne (Chris Evans), para acompanhá-la a um dos principais eventos sociais da temporada. Apesar da relação entre os dois começar apenas como um negócio, Fisher se vê apaixona por Jimmy, mas acha impossível ganhar a afeição que outrora tentou comprar.
Na conferência de imprensa do filme, Bryce Dallas Howard falou sobre a dualidade em mostrar a força e fragilidade da heroína de Williams, além de falar sobre seu papel na franquia Homem-Aranha, Exterminador do Futuro e na Saga Crepúsculo, filme no qual ela interpreta a vampira Victoria e que tem data de estreia para junho de 2010.
P: Essa é uma ótima fase na sua carreira, você está participando de franquias como Exterminador, Homem-Aranha e Crepúsculo, e ainda dessa recém-descoberta obra de Tennessee Williams. Como está sendo esse período de sua vida?
Bryce: Sinto que sou muito sortuda. Ter a oportunidade de dar vida à heroína do Tennesse Williams não é algo que pensei que iria acontecer. Você não acha que coisas assim possam acontecer. Foi extraordinário. Para mim, ser um filme de grande orçamento ou não, um filme independente, se ele está sendo produzido, é sempre sobre o cineasta, e é ótimo estar participando de algo assim. Foi o que chamou minha atenção para este projeto.
Foi o fato de ser o Tennessee Williams e a Jodie, e seu profundo entendimento sobre aquilo que o Williams queria mostrar com essa obra, e sua perspectiva e sua interpretação dela. Foi isso que me deixou muito animada. Tenho sorte por estar participando.
P: Ao interpretar uma heroína de Tennessee Williams, você tentou juntar todas as suas características para construir a personagem?
Bryce: Não. Eu realmente valorizo todo esse processo para criar um personagem, porque na minha opinião ele foi um escritor único que falava de temas específicos e era fascinado por isso. Há vários elementos que você vê nessa personagem de Williams, que é uma mulher à frente de seu tempo, uma mulher que está sendo sufocada pelo mundo, que tem brilho próprio, inteligente e sensível demais para sobreviver, e que se sente aprisionada. Assistir à Blanche DuBois e à Maggie the Cat, que são essas personagens icônicas que ele criou, foi algo que realmente me ajudou.
P: Enquanto você assistia à essas atuações, você tentou imitar o jeito que elas falavam?
Bryce: Não, não muito. Tivemos a ajuda do Tim Monich.
P: Há várias palavras nesse filme. Qual foi a abordagem que você optou para entrar na personagem?
Bryce: Eu venho do teatro. Comecei assim. Não tenho uma super bagagem, mas estudei teatro. E fazer uma peça na qual a personagem fala muito não se trata apenas de fazer um espetáculo ou uma peça, não é somente algo visual ou manejado. Foi algo realmente maravilhoso, animador. Então, eu não senti que isso tinha que ser uma adaptação de um jeito diferente. É apenas a personagem falando o que lhe dá na telha. Ao contrário de ser apenas uma expressão, elas realmente estão falando aquilo que querem, e o Tennessee Williams é famoso por fazer isso. O Shakespeare também dá essa liberdade ao personagem, assim como o Tennessee Williams. E como ator, você implora por isso.
P: Como você conseguiu seguir essa abordagem de um jeito tão regrado?
Bryce: Eu não fiz isso conscientemente. Eu vivia lendo as falas no set.
P: Como foi trabalhar com o Chris Evans?
Bryce: O Chris também veio do teatro, e valoriza o ensaio antes de gravar. Fiquei aliviada em trabalhar com ele, porque geralmente eu tenho que pedir para ensaiar, mas ele estava lá pronto para isso. Ensaiávamos direto até as quatro da manhã. Foi uma relação muito legal. Há essa coisa de dominar e ser submisso que vive acontecendo no filme. Isso é o que o Tennessee Williams faz. Queríamos fazer e dar o nosso melhor. E por essa razão, eu tive muita sorte em trabalhar com ele. Eu lembro que um dia eu o vi no monitor e pensei “Meu Deus, ele é muito parecido com o Paul Newman.” Há algo clássico nele. Ele tem essa presença masculina clássica, forte de protagonista, e é uma pessoa maravilhosa.
P: O que eles mudaram no seu visual em Eclipse, já que você interpreta uma personagem que já existia?
Bryce: Eu uso uma peruca, isso causa uma continuidade da personagem.
P: O papel cresce no terceiro filme?
Bryce: Bem, como está escrito no livro, Victoria vira a principal predadora emEclipse.
P: Você irá participar do filme Hereafter do Clint Eastwood. O que nos pode dizer sobre ele?
Bryce: Ah, Meu Deus, na verdade essa é a primeira pergunta que me fazem a respeito. Eu quero ser cuidadosa porque ainda não conversei com ninguém do filme sobre o que posso dizer. Mas é um filme do Clint Eastwood, escrito pelo Peter Morgan e estrelado pelo Matt Damon. Serei seu par. É uma história inacreditável. Vou ser vaga sobre o assunto, não quero falar demais. Acabei de ser contratada.
P: Por se tratar de um suspense sobrenatural, não é algo novo para o Clint?
Bryce: Ah, possivelmente.
P: O Clint Eastwood é um ator que virou diretor, a Jodie Markell é uma atriz que virou diretora, e você cresceu tendo um pai (Ron Howard) que foi ator e virou diretor. Isso te deixa mais confortável, faz com que você se comunique de um jeito diferente com um diretor que já esteve do mesmo lado que você?
Bryce: Eu não poderia responder isso porque eu não sou diretora. Mas trabalhar com diretores que já atuaram faz com que eu sinta que há um foco diferente, em oposição àqueles diretores que visam mais à proficiência ou o visual. É como uma faca de dois gomos, e o diretor precisa conhecer o outro lado.
A Jodie conhece, com certeza. Me sinto muito bem em trabalhar com ela. Quando tenho alguma pergunta ou quando ela está me dirigindo, há uma certa ligação porque ela é atriz, e sabe o que dizer. Com Kenneth Branagh, com o M. Night Shyamalan foi assim. É algo que ajuda muito, por vários motivos.
P: Qual foi o melhor conselho que seu pai te deu, como ator, e o melhor conselho como diretor?
Bryce: O melhor conselho que ele me deu foi que se eu puder fazer alguma coisa a mais, que era para eu fazer. Você precisa ser capaz de fazer o algo a mais para estar na indústria cinematográfica. Se você tem outras opções, naqueles momentos que está sem emprego elas te servirão. Da parte de direção, acho que é algo bem Freudiano, eu confio muito nos diretores, porque eu tenho essa relação de confiança com meu pai. Ele é um grande mentor. Nunca me decepcionou como pessoa. Nunca. E isso traduz para mim o que é um diretor.
Um diretor é a autoridade máxima. Eles nunca vão te desapontar. Temos que confiar e acreditar neles, e saber que a história sairá da melhor maneira possível. Eu tive sorte por trabalhar com grandes diretores. O objetivo é acreditar e fazer o seu melhor. Isso foi algo que ele não chegou a me dizer, mas foi o que eu entendi, que ele passou para mim.
P: Você vai voltar a participar do Homem-Aranha 4?
Bryce: Não sei. Mas é sempre assim. O Sam Raimi, o Tobey Maguire e a Kirsten Dunst são o centro dessa franquia. Eles são os responsáveis pelo sucesso doHomem-Aranha. São pessoas incríveis e dedicadas.
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